A presente coletânea de textos re-presenta um esforço não apenas de documentação histórica, mas de posicionamento político claro frente a uma das mais longas e violentas situações coloniais ainda em curso: a ocupação da Palestina. Reunidos aqui estão documentos que atravessam décadas, vozes de diferentes contextos e enfoques, mas que convergem na denúncia de uma injustiça sistemática e na afirmação da luta de um povo cuja existência, resistência e fé se tornaram símbolos internacionais de dignidade e libertação.
Esta obra começa com “A Carta aos Editores do The New York Times”, escrita por Albert Einstein, já denunciava em 1948 a face real do sionismo e alertava os povos do mundo sobre o perigo de uma entidade colonial e supremacista mascarada de democracia. Domenico Losurdo, em “Quem recorre a escudos humanos: o Hamas ou Israel?”, desmonta com rigor filosófico e histórico um dos pilares da propaganda de guerra: a criminalização da resistência palestina.A voz de Leila Khaled, combatente histórica da Frente Popular para a Libertação da Palestina, irrompe em sua entrevista logo adiante, recordando que o 7 de outubro não foi um acaso, mas uma demonstração da continuidade e da legitimidade da luta armada. Seu depoimento se insere numa longa tradição de enfrentamento que nega a submissão e a rendição.Com Eduardo Galeano, Eric Hobsbawm e Fidel Castro, cruzamos as trincheiras da solidariedade internacionalista. Em textos como “Até quando?”, “Sobre Gaza” e “Holocausto Palestino em Gaza”, esses pensadores e militantes traduzem o horror cotidiano da ocupação, os massacres sistemáticos e a covardia de um mundo que, muitas vezes, silencia diante do genocídio.Francisco Martins Rodrigues e Georges Labica, por sua vez, ligam a Palestina ao destino de toda a humanidade. Ao afirmar que “Na Palestina joga-se o nosso futuro”, Martins Rodrigues nos recorda que a causa palestina é o teste definitivo das instituições internacionais, da coerência da esquerda mundial e da integridade ética dos povos oprimidos. Labica, em “O Exemplo do Iraque”, insere a resistência palestina no marco da luta anti-imperialista global.O documento “Conversa do Presidente Mao Tsé-Tung com um grupo de delegados na Conferência de Paz” reafirma essa conexão. Mao compreendeu que a Palestina não é um detalhe na geopolítica, mas um centro estratégico da revolução internacional. Sua análise orienta, inspira e educa as gerações atuais sobre a necessidade de luta prolongada, de unidade popular e de rejeição às ilusões reformistas.Do campo de batalha, o Comunicado das Brigadas Mártir Abu Ali Mustafa, braço armado da Frente Popular, ecoa o grito dos que lutam com fuzil e convicção. Os textos “Ismail Haniyeh: lutou, e nada mais” e “Universidades e responsabilidade social no contexto palestino colonizado” mostram como essa resistência não se limita às armas: está presente na política, na cultura, na educação e na vida cotidiana do povo.Hilal Nassar, em “O começo do fim com a Grande Revolta da Palestina – ‘Tempestade de Al-Aqsa’”, documenta uma nova fase do levante, marcada por coesão popular e audácia estratégica. Já Julien Versteegh, entrevistando o preso político Ahmad Sa’adat, nos lembra que a prisão física jamais detém o pensamento revolucionário. E, por fim, Lama Khater, em “Eventos em Huwara”, alerta para o que se desenha na Cisjordânia: uma intensificação da colonização que só poderá ser detida por uma ação popular coordenada e intransigente.
Ficha técnica:
Título: PALESTINA - TEXTOS REUNIDOS
Autor: Autores Variados
Organização e prefácio: Editora Malik
Formato: Brochura | 15x21 cm
Páginas: 129
ISBN: ISBN nº 978-65-01-56656-6
Lançamento: Agosto de 2025